Racismo — A contaminação Ideológica e a Relativização do Sofrimento da vítima

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Um dos piores problemas em se discutir o preconceito racial é ter de lidar com a contaminação ideológica. Claro que todos tem uma linha de pensamento que vai se enquadrar em alguma ideologia, e isso é normal. Mas me surpreende que o racismo seja relativizado de maneira religiosa — em especial por direitistas e pelos que se dizem cristãos. Estes, aliás, têm sido um péssimo exemplo em se tratando de contaminação ideológica, julgam com base em sua visão política em detrimento do evangelho do senhor Jesus Cristo; minimizando desgraças ou se omitindo para não cometer o “pecado” de se parecer esquerdista, socialista ou comunista.

A contaminação ideológica não permite perceber que quando um preto é seguido por um segurança em um estabelecimento é por conta da cor, e poucas vezes por causa da condição social; ela faz a pessoa justificar o espancamento de um cliente preto até a morte em um supermercado por ele ter passagem — uma espécie de registro que o “conservador” faz para justificar a violência. A contaminação ideológica leva o contaminado a cair na armadilha do preconceito pela condição social; que, embora também seja verdadeiro, em muitos casos não justifica determinadas ações.

Cristãos não podem se deixar guiar pela ideologia. De novo, todos nós temos opiniões que podem se perfeitamente se enquadrar em alguma visão filosófica, mas quem tem de ser nosso guia é o Evangelho, Cristo, a bíblia; e não a ideologia. A contaminação ideológica é algo mais amplo, mas vou me ater apenas ao preconceito racial.

Uma pergunta que faço é a seguinte: de fato tratamos de racismo como um problema verdadeiro, um dos problemas enraizados no país, ou rejeitamos essa hipótese imediatamente, acreditando não ser isso possível ou por ser pensamento de ideologia contrária?

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